Junta de Freguesia de Raimonda Junta de Freguesia de Raimonda

História

RAIMONDA

HISTÓRIA
Estas terras que hoje formam a freguesia de São Pedro da Raimonda, eram, no século XIII uma espécie de confins nortenhos do Julgado de Aguiar de Sousa. E, de facto, ainda em 1839, pertencia ao Concelho de Aguiar de Sousa. Só em 1852 passou para o Concelho de Paços de Ferreira. Mas no séc. XIII o que realmente está documentado, é a existência da paróquia de São Pedro de Gosende. Ter-se-ia dado mais tarde, como que uma substituição entre Gosende e Raimonda, até porque o orago é o mesmo. Tudo leva a crer que existiam aqui várias “Villas” rústicas descendentes eventualmente doutras hispano-romanas. Seriam, as “Villas” de Gosende, Rosende, Casais, Cotim, Raimonda e Roriz, cuja toponímia se terá fixado já na fase da ocupação germânica do território. Raimonda é por certo um topónimo derivado do geminitivo de posse “Regimundi” (de Regimundus). A dada altura, já no século X foram estas terras em grande parte, doadas ao Mosteiro de Guimarães, como consta do respectivo inventário datado de 1509. Nos meados do século XIII, Gosende andava em parte na dependência da garnde família “da Maia”, o mesmo acontecia em Rosende, onde a Igreja de Lustosa também tinha casais, tal como em Gosende. Em Casais, aparece de novo a Igreja de Lustosa, como grande proprietária, ao lado dos reguengos pertencentes à coroa, em Vilarinho, Gouvoso, Revoura, Macieira, Paraçais e Roriz. A presença da Igreja de Lustosa, deriva do facto de Raimonda lhe estar subordinada do ponto de vista eclesiástico. A presença dos “da Maia” vinha já do tempo de D. Henrique. 


ECONOMIA
 Actualmente, a freguesia de Raimonda, tem cerca de três mil habitantes. A indústria do mobiliário movimenta grande parte da população e a rede de estradas vai crescendo em direcção à sede do concelho e ao Porto, no sentido de possibilitar o desenvolvimento de uma pequena povoação que, apesar da sua pequena dimenção, merece bem uma visita pela excepcional riqueza paisagística, patrimonial e artística.


PATRIMÓNIO

É da maior importância a preservação do património histórico de São Pedro da Raimonda.

Igreja Paroquial de Raimonda

A igreja paroquial, inaugurada em 1710, é ponto obrigatório de visita, pelo que representa da mais artística talha de todo o concelho e até do norte do país. É também uma informação de fé e de força económica dos antepassados da terra. Edifício elegante e bem proporcionado, possui uma capela-mor muito rica, de estilo renascença-barroco. Realce também para os altares laterais, para o retábulo do altar-mor, para as pinturas de motivos bíblicos nas paredes e os caixotões do tecto. A mais antiga pintura existente em Portugal sobre o Sagrado Coração de Jesus, segundo o Padre Alexandrino Brochado, encontra-se na Igreja Paroquial de Raimonda. Os quadros que decoram as paredes da capela-mor são dedicados a Santo Onório, Santo Agostinho e São Cristovão, de um lado, e São Dâmaso, São Jerónimo e São Lucas, do outro lado. Na frontaria externa, há uma bonita imagem gótica de São Pedro, que pertencia à igreja anterior, e que, por ser do mesmo estilo e época, se pode relacionar com a existente em Ferreira e Carvalhosa. Todo este conjunto faz da igreja paroquial de Raimonda – nomeadamente da sua capela–mor – uma verdadeira preciosidade artística, difícil de encontrar noutra Paróquia da dimensão de Raimonda.

A igreja antiga foi demolida, por volta de 1700, por ser considerada demasiado exígua. Estava situada no lugar onde hoje se situa o palheiro da Casa da Baptista, actualmente propriedade dos Padres Beneditinos.

Esta Ermida de São Pedro de Rosende, que tinha dois sinos e cinco altares (o Altar-Mor e quatro colaterais), foi erigida em meados do século XIII, sob a designação de “Heremiti Sancti Petri de Gondesende”. Não tardou a alcançar a categoria de Igreja Baptismal, sufragânea da de São Tiago de Lustosa.

Capela de Santo Amaro

A Capela de Santo Amaro, situada no lugar com o mesmo nome, junto à corrente inicial do rio Ferreira, foi construída em 1632. O seu altar é modesto, com santuário envidraçado. A sua maior originalidade é uma empena, com cruz flordelisada. Construída inicialmente em 1717, foi reedificada em 1894, ampliada em 1942 e restaurada em 1979 (substituição do tecto).

Capela de Santo Cristo

A Capela de Santo Cristo está situado no cemitério. Pensa-se que a sua construção terminou em 1899. Tem uma cuidada cornija de granito lavrada e um altar interior muito vulgar. Destaque para uma lápide branca de mármore com a seguinte inscrição: “Qui sperant in te in aeternum exultabant” (Os que em ti esperam, gozarão alegrias eternas). Lateralmente, dois motivos: um coração e uma âncora a terminar em cruz, cujo significado não se conhece.

Capela da Virgem Maria

A Capela da Virgem Maria, vulgo Nossa Senhora do Desterro, está situada no lugar de Parada e é também conhecida por Capela de Jesus, Maria e José. Foi aberta ao culto em 1721, conforme se lê no portal (A+7XXI). Documentos de 1758 referem já a sua existência, numa altura que Gualter Martins Leão era o seu zelador. O altar-mor, original, é muito valioso sob o ponto de vista artístico: talha dourada, colunas com torcidas, cornija artística, tendo por remates figuras de anjos. A imagem principal era a da Nossa Senhora do desterro (Nossa Senhora com o menino a caminho do desterro). Em Visitação à Capela, nos finais do século, o Dr. José da Glória Camelo, Abade de São Martinho de Cavalões, considerou-a “perfeita e bem aceada em todo o material, tendo muito bom retábulo e tecto em madeira”.

Capela de Nossa Senhora do Alívio

A Capela de Nossa Senhora do Alívio, anexa à Casa de Rosende, foi construída em 1884 por iniciativa de D. Engrácia Ferreira Neto Freire de Vasconcelos, proprietária do Solar anexo. Durante muitos anos, ia expressamente um sacerdote de Freamunde, o Padre Florêncio, celebrar missa nesta Capela.

Cemitério de Raimonda

Do maior interesse artístico é também o Cemitério de Raimonda, muito rico e demonstrador da importância do capital “brasileiro” dos séculos XVIII e XIX. De realçar a Capela-Jazigo da Fidalga de Rosende, um edifício com frontal muito trabalhado, todo em mármore, riquíssimo. No interior, uma decoração com anjos em coroa. Ao alto, pode ler-se: "1909 – Jazigo da Família Engrácia F. Netto M. Freire”.

Outros pontos de interesse

Do conjunto arquitectónico edificado, destaque ainda para a Casa da Torre, a Casa de Rosende, a Casa da Velha, a Casa do Reguengo, a Casa de Santo António. São casas e solares que mostram a pujança económica e o gosto artístico das famílias senhoriais da freguesia durante os séculos XVII a XIX. Aliado a este património possível de fruição, um outro, ligado às tradições, ao traje à música e à dança de índole folclórica, tem sido revivificado pelo dinamismo e a arte das gentes da freguesia.

No seu conjunto, a paisagem, o património edificado, o que resta e se conserva ainda de antigos utensílios agrícolas e sobretudo a arte religiosa, rica e esplendorosa, bem merecem uma visita repousante e demorada.

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